Olá!
Neste mês de abril, comemoram-se o mês da saúde tanto física quanto psicológica. Porém, muita gente vira a cara ou encara uma alimentação mais saudável e balanceada muito mais como uma obrigação do que uma satisfação. O que mais vemos nas redes sociais são aquelas famosas selfies de academia com a legenda “tá pago” e ouvimos que o inimigo número um de uma pessoa fitness é a cerveja, não é?
Bom, trago-lhes a boa nova: CERVEJA NÃO É RESPONSÁVEL PELA BARRIGUINHA! Mas como assim? Hehehe Quem diz isso é o estudo dos cientistas Williams e Philpot da Universidade de Wales publicado na revista Chemistry in Britain que diz que um pint (586ml) de cerveja por dia pode inclusive ser parte de uma dieta balanceada para perda de diminuir o riso de infarto e prolongar a vida.
Algo que contribui para esse mito é o fato de se achar que por ser uma bebida fermentada ela é mais calórica. Isso se mostra totalmente sem fundamento, afinal, só olhar em qualquer tabela de caloria das bebidas que se vê que um copo de cerveja tem menos caloria até que um copo de suco de laranja. Além de ser pouco calórica, a cerveja possui muitos nutrientes. 1l de cerveja possui cerca de 60% da ingestão recomendada de fibra solúvel, o que diminui incidências de diverticulose e câncer de cólon além de ser hipossódica e diurética. Ideal para uma dieta para pessoas que sofrem de insuficiência renal ou hipertensão.
Outro ingrediente que traz benefícios tão importantes, ou mais, para nossa saúde é o lúpulo. Suas propriedades já eram conhecidas e seu chá já era utilizado para cuidar dos enfermos e a ideia de inseri-lo na receita da cerveja veio de uma santa mulher: Sta Hidelgarda de Bingen! Falaremos dela numa outra oportunidade, pois a santa merece muito mais atenção.
O lúpulo é rico em polifenóis e flavonoides. Esses compostos possuem propriedades bacteriostáticas, o que além de prolongar a validade das cervejas inibe o crescimento de diversas bactérias, desde as causadoras de cáries (Streptococcus mutans) como as causadora de úlceras (H. Pilori). Esses componentes também possuem ações anti-oxidantes , anti-inflamatórias e anti-trombóticas. Cervejas ricas em lúpulo (as IPAs da vida) podem ajudar a reduzir o risco de infartos, reações inflamatórias, o LDL (colesterol ruim), a formação de compostos cancerígenos e, além disso, possui propriedades relaxantes.
Claro que a intenção desse artigo não é usar a cerveja como um medicamento! Todos sabemos o quão grave é o consumo excessivo de qualquer substância. Pois, como já dizia o pai da toxicologia, Paracelsus: “A dose faz o veneno”. Ou seja, vamos beber menos! Porém, vamos beber melhor! Então que tal escolhermos esse mês da saúde para praticarmos novos hábitos saudáveis até nos familiarizarmos com eles sem esquecer que uma cervejinha pode vir muito bem a calhar?
Saúde!
Sobre o autor:
Jayme Marden é Sommelier de cervejas formado pelo Instituto de Cervejas do Brasil (ICB-SP) em conjunto com a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP) e a Association de la Sommellerie Internationale (ASI), sócio-fundador da Associação de Cervejeiros Caseiros e Artesanais de Alagoas (ACervA Alagoana)
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