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A Escola Cervejeira Belga



Olá!

Continuando com nossa série sobre as escolas cervejeiras, hoje iremos conversar sobre a tradicionalíssima, e de características ímpares, Escola Belga!

Os belgas nunca possuíram uma lei de pureza como os alemães e isso facilitou bastante a criação de cervejas que utilizam muito mais que os quatro elementos básicos que já estamos cansados de saber (mas para que está pegando o bonde andando, não esqueça que é água, malte, lúpulo e levedura! Hehehehe). Ingredientes como: açúcar queimado, casca de laranja, semente de coentro, ervas aromáticas e até mesmo frutas como cerejas e framboesas, são comumente adicionadas em vários estilos de cerveja dessa escola.

Uma característica interessante da escola é que não existem lagers. Recapitulando posts anteriores, só existem nessa escola cervejas cuja fermentação ocorre no topo do tanque e em temperaturas mais altas (as famosas ales). Porém, alguns estilos de cerveja belga  fazem uso de uma fermentação bem peculiar, a fermentação espontânea! Que, conceitualmente, é sim uma alta fermentação. Entretanto, cada cerveja de um determinado estilo que utilize essa fermentação é única! Pois, as leveduras são selvagens! Estão no ar, no ambiente, no mofo da parede, na teia de aranha do teto da cervejaria, perfazendo todo um ecossistema próprio que o cervejeiro não ousa interferir passando um espanador! Será que uma fábrica nesses moldes seria bem aceita pela vigilância sanitária? Hehehehe. 

Outro fato curioso envolve que envolve as famosas cervejas trapistas (que já falamos por aqui também) é que a grande maioria dessas cervejas pertencem a essa escola e, inclusive, de um total de 11 mosteiros trapistas cervejeiros do mundo, somente na Bélgica são seis!

Cada cervejaria Belga tem uma belíssima história, como já vimos aqui sobre a Rochefort, e a intenção é cada vez mais compartilhar preciosos contos sobre essas preciosidades. Mas, para exercitarmos, que tal irmos no Palato e degustar algumas delicinhas da escola Belga? Delirium Tremens ABV 8,5%

A clássica cerveja do elefantinho rosa possui um nome bem assustador que remete a uma condição de abstinência do alcoólatra (a famosa e temida tremedeira). Mas, como disse o pai da toxicologia, Paracelsus,: “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Então, degustar uma garrafa dessa Belgian Strong Golden Ale com um belo aroma frutado e condimentado, com sabor adocicado, amargor médio e um notório amargor alcóolico (sem contar na bela e persistente espuma que dá aquela fotaça pro insta) pode ser um belo de um remédio para a canseira do dia pesado! Wälls Dubbel ABV 7,5%

A cervejaria brasileira Wälls começou sua carreira de sucesso apostando nessa escola. A Wälls Dubbel é uma cerveja para belga nenhum por defeito! Com seu corpo forte, aroma e sabor de frutas passas e toques de chocolate amargo no sabor acompanha muito bem pães com nozes, panetones , tortas de frutas e bolos!

Blanche des Neiges ABV 4,9%

A “branca de neve” é uma witbier (ou blanche, como o estilo é chamado na região francófona) fabricada pela cervejaria Brouwerij Huyghe (A mesma do elefantinho rosa!). A witbier é a cerveja de trigo da escola belga; feita com adição de casca de laranja e sementes de coentro o que traz um aroma cítrico e condimentado.Possui um baixíssimo amargor e grande refrescância! Minha harmonização favorita com esse estilo é com queijo brie! Testem e digam o que acham!

Sobre o autor: Jayme Marden é Sommelier de cervejas formado pelo Instituto de Cervejas do Brasil (ICB-SP) em conjunto com a Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SP) e a Association de la Sommellerie Internationale (ASI), sócio-fundador da Associação de Cervejeiros Caseiros e Artesanais de Alagoas (ACervA Alagoana) 


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